30.9.10

 

Manoel de Barros

A terapia literária consiste em desarrumar a linguagem a ponto que ela expresse nossos mais fundos desejos.

(O Livro sobre Nada, Manoel de Barros)




  • Com pedaços de mim eu monto um ser atônito.
  • Tudo que não invento é falso.
  • Há muitas maneiras sérias de não dizer nada, mas só a poesia é verdadeira.
  • Não pode haver ausência de boca nas palavras: nenhuma fique desamparada do ser que a revelou.
  • É mais fácil fazer da tolice um regalo do que da sensatez.
  • Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada; mas se não desejo contar nada, faço poesia.
  • Melhor jeito que achei para me conhecer foi fazendo o contrário.
  • A inércia é o meu ato principal.
  • Há histórias tão verdadeiras que às vezes parece que são inventadas.
  • O artista é um erro da natureza. Beethoven foi um erro perfeito.
  • A terapia literária consiste em desarrumar a linguagem a ponto que ela expresse nossos mais fundos desejos.
  • Quero a palavra que sirva na boca dos passarinhos.
  • Por pudor sou impuro.
  • Não preciso do fim para chegar.
  • De tudo haveria de ficar para nós um sentimento longínquo de coisa esquecida na terra — Como um lápis numa península.
  • Do lugar onde estou já fui embora.

MANOEL DE BARROS
, poeta e fazendeiro mato-grossense, nasceu em 1916 e teve seu primeiro livro publicado em 1937 - Poemas concebidos sem pecado. Passou a ser mais conhecido a partir do ano de 1997, quando ganhou o prêmio Nestlé de Literatura. De seu "Livro sobre Nada", Editora Record - Rio de Janeiro,1997, págs. diversas, já em 5ª edição, extraímos os versos acima. Nele o autor diz, a título de "Pretexto":
"O que eu gostaria de fazer é um livro sobre nada. Foi o que escreveu Flaubert a uma sua amiga em 1852. Li nas Cartas exemplares organizadas por Duda Machado. Ali se vê que o nada de Flaubert não seria o nada existencial, o nada metafísico. Ele queria o livro que não tem quase tema e se sustente só pelo estilo. Mas o nada de meu livro é nada mesmo. É coisa nenhuma por escrito: um alarme para o silêncio, um abridor de amanhecer, pessoa apropriada para pedras, o parafuso de veludo, etc, etc. O que eu queria era fazer brinquedos com as palavras. Fazer coisas desúteis. O nada mesmo. Tudo que use o abandono por dentro e por fora."

Saiba mais sobre o autor e sua obra visitando "
Biografias".

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29.9.10

 

"Diário de um ano ruim" no V Encontro de Leitores - 30 de setembro, 20h

que? "V Encontro de Leitores Antes Que a Rotina Nos Separe De..." 
 
Onde?  Café com Letras, 203 sul
Quando? quinta-feira, 30 de setembro de 2010, às 20h.
Quem? Leitores que cultivam o prazer de ler e debater
Como? Indo ao Café no dia marcado
Por quê? Interagir, papear e trocar impressões deixa a rotina mais legal, antes que a gente se separe dos momentos bons da vida!
Livro? Diário de um ano ruim. Autor: J. M. Coetzee. Tradução: José Rubns Siqueira. Editora Companhia das Letras, 2008, 248 páginas. (Literatura estrangeira)



Sinopse:

Por encomenda de seu editor, um renomado escritor sul-africano radicado em Sydney, Austrália, escreve um livro com suas opiniões a respeito dos temas mais quentes dos nossos dias - conflitos étnicos, terrorismo, economia globalizada, desastres ecológicos, experiências genéticas. Como já não é capaz de digitar seus próprios textos, o velho escritor contrata uma vizinha de apartamento, a jovem e sedutora filipina Anya, para transcrever as fitas onde grava suas polêmicas reflexões. 'Diário de um ano ruim' entrelaça esse 'livro dentro do livro' com os relatos íntimos, em primeira pessoa, de Anya e do próprio escritor. O pessoal e o universal se iluminam reciprocamente, colocando em evidência a dificuldade de comunicação entre a tradicional cultura humanista do velho autor e a energia quase amoral da jovem digitadora. 


Sobre o autor:

J.M. Coetzee nasceu em 9 de fevereiro de 1940, Cidade do Cabo, na África do Sul.
Coetzee entrou na Universidade de Cape Town em 1957, e em 1960 e 1961, sucessivamente, se formou com honras graduação em Inglês e Matemática. 
Ele passou os anos 1962-1965, na Inglaterra, trabalhando como programador de computador, enquanto fazia pesquisas para uma tese sobre o escritor Inglês de Ford Madox Ford.
Em 1965, entrou na escola de pós-graduação da Universidade do Texas em Austin, e em 1968 formou-se com um PhD em Inglês, lingüística e línguas germânicas. Sua tese de doutorado foi sobre a ficção inicial de Samuel Beckett.
Coetzee começou a escrever ficção em 1969. Seu primeiro livro, Dusklands, foi publicado na África do Sul em 1974. No Coração do País (1977) venceu a África do então sul literária prêmio principal, o Prêmio CNA, e foi publicado na Grã-Bretanha e os E.U.A.. Waiting for the Barbarians (1980) recebeu notificação internacional. Sua reputação foi confirmada por Life & Times of Michael K (1983), que ganhou o Booker Prize britânico. Foi seguido por Foe (1986), Idade do Ferro (1990),  O mestre de Petersburgo (1994)e Disgrace (1999), que mais uma vez ganhou o Prêmio Booker.

Coetzee também escreveu duas memórias, ficção, Boyhood (1997) e Juventude (2002). The Lives of Animals (1999) é uma palestra de ficção, mais tarde absorvida Elizabeth Costello (2003). White Writing (1988) é um conjunto de ensaios sobre a literatura sul africana e cultura. Dobrar o Ponto (1992) é composto de ensaios e entrevistas com David Attwell. Ofender (1996) é um estudo da censura literária. Stranger Shores (2001) recolhe seus ensaios literários mais tarde.

Coetzee também tem sido ativo como tradutor de holandês e literatura africana. Em 2002, Coetzee emigrou para a Austrália. Ele vive com sua parceira Dorothy Driver em Adelaide, Austrália do Sul, onde detém um cargo honorário na Universidade de Adelaide.

Recebeu prêmios na França, na Irlanda e em Israel e foi o primeiro autor agraciado duas vezes com o Booker Prize, por Desonra (1999) e Vida e época de Michael K (1983), ambos publicados pela Companhia das Letras, que lançou também A vida dos animais (2002) e O mestre de Petersburgo (2003), que foi publicado pela primeira vez no Brasil pela editora Best Seller com o título Dostoiévski, o mestre de São Petersburgo.


Sobre o tradutor:

Jose Rubens Siqueiranascido em Sorocaba (São Paulo) em 1945, é dramaturgo e roteirista de cinema. 
Autodidata, recebeu a graduação de Notório Saber em 2002 pela universidade que leciona desde 2000, a Escola de Comunicação das Artes do Corpo, curso integrante do Departamento de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica, PUC. 
Nada, na obra de José Rubens Siqueira, é inocente: a intenção marca seus gestos. Talvez o fato de ser um artista tão múltiplo (tanto na área teatral onde é cenógrafo, figurinista, autor, ator, diretor, tradutor - quanto em outras áreas: cinema, literatura, artes plásticas) torne seu olhar muito vasto, permitindo-lhe construir uma obra com uma amplitude que não é fácil de ser encontrada. Alie-se a tantas habilidades um cabedal de conhecimentos recolhidos em estudos sistemáticos ao longo de sua vida e poder-se-á entender sua tenacidade em procurar, nas coisas mais simples, seu sentido mais amplo, e nas coisas mais elaboradas, sua tradução mais cotidiana.  
Obras publicadas: Viver de teatro - Uma biografia de Flávio Rangel. São Paulo, 1995. Dominique Wolton - Elogio do grande público - uma teoria crítica da televisão (trad.). São Paulo, 1996. Fredric Jameson - As sementes do tempo (trad.). São Paulo, 1997. Peter Burke - O renascimento italiano, cultura e sociedade na Itália (trad.). São Paulo, 1999. 










Promoção cultural: Solange Pereira Pinto 
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23.9.10

 

Livro criativo de pop-up ABC3D de Marion Bataille





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3.9.10

 

Frida Kahlo: seus jornais íntimos



Diário Íntimo


Excertos do "Ensaio" de Sarah Lowe em "O Diário de Frida Kahlo: um auto-retrato íntimo", editado no Brasil pela José Olympio.


Ao longo da história, homens e mulheres têm narrado as suas vidas, marcadas pelo tempo que lhes tocou viver ou por momentos específicos. Em contraste, o tema predominante do “diário íntimo” e, em especial, no Diário de Frida Kahlo, é ela própria. Os motivos da artista nada têm a ver com a comunicação e sim com o intuito de estabelecer uma relação consigo mesma. Assim, o enigma – Para quê escrever, se mais ninguém há de ler o escrito? – deixa parcialmente respondido.

O fato de Frida Kahlo incluir parte da sua obra gráfica no seu diário pessoal converte a este último numa peça quase única entre os “jornais íntimos” dos que se têm conhecimento. Esta coleção de imagens difere do típico caderno de esboços de artista, habitualmente utilizados para guardar traços preliminares de obras posteriores, ou melhor, para pôr em formato reduzido a solução de quadros maiores. Só numa ocasião a pintora transformou um desenho realizado a tinta, incluído no diário, num quadro em grande escala. E diferente dos outros, Frida Kahlo deixa de lado os acontecimentos quotidianos e expressa no seu diário – como Virgínia Woolf – uma marca de sentimentos (e imagens) que não se encontra em mais nenhuma outra parte. Desta maneira, estas páginas deverão ser contempladas com uma certa perplexidade já que o retrato que ela faz de si mesma, neste caso, constitui tanto na cor como nas linhas, a prosa e a poesia – a imagem da artista sem máscara.
Quase todas as ilustrações do Diário foram efetuados de forma espontânea. Para ela são janelas que lhe permitem penetrar no inconsciente, imagens que ela moldava diretamente e, continuamente, elaborava. Depois de garatujar com total liberdade, Frida punha o seu ser racional (ou ao menos, parte dele) mãos à obra, e partindo de sua extensa bagagem de imagens, reais e imaginárias, as figuras biomorfas convertem-se em rostos, partes do corpo humano, animais e paisagens. O seu poço visual era profundo, alimentado por uma voracidade na leitura, hábito que a artista cultivou durante os seus largos períodos de convalescência.
Frida Kahlo escreveu o seu Diário durante os últimos dez anos da sua vida e documentou nele a sua deteriorização física. As feridas registram-se esporadicamente, o que torna difícil estabelecer uma terrível progressão – regressão – à medida que a artista enfrenta a solidão e o terror que lhe produzem as suas enfermidades. (...) O Diário reflete a sua incansável luta na busca de soluções em seu sofrimento, a sua resignação às prescrições dos médicos, assim como o seu freqüente estoicismo ante os contínuos fracassos.
Fonte: Cadernos Afetivos

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2.9.10

 

"A elegância do ouriço" no IV Encontro de Leitores - 2 de setembro, 20h

O que? "IV Encontro de Leitores Antes Que a Rotina Nos Separe De..." 
Onde?  Café com Letras, 203 sul
Quando? quinta-feira, 2 de setembro de 2010, às 20h.
Quem? Leitores que cultivam o prazer de ler e debater
Como? Indo ao Café no dia marcado
Por quê? Interagir, papear e trocar impressões deixa a rotina mais legal, antes que a gente se separe dos momentos bons da vida!
Livro? A elegância do ouriço. Autor: Muriel Barbery. Tradução: Rosa Freire D’Aguiar. Editora Companhia das Letras, 2008, 352 páginas. (Literatura estrangeira)
 
Sobre a autora:

Muriel Barbery nasceu em Bayeux, em 1969. Ex-aluna da École Normale Supérieure, em Paris, hoje leciona filosofia na Normandia, onde mora. Estreou na literatura com o romance Une gourmandise (2000), traduzido em doze línguas. Seu segundo livro, A elegância do ouriço, foi uma das grandes sensações literárias de 2006 na França. 

Sinopse:

À primeira vista, não se nota grande movimento no número 7 da Rue de Grenelle: o endereço é chique, e os moradores são gente rica e tradicional. Para ingressar no prédio e poder conhecer seus personagens, com suas manias e segredos, será preciso infiltrar um agente ou uma agente ou — por que não? — duas agentes. É justamente o que faz Muriel Barbery em A elegância do ouriço, seu segundo romance.

Para começar, dando voz a Renée, que parece ser a zeladora por excelência: baixota, ranzinza e sempre pronta a bater a porta na cara de alguém. Na verdade, uma observadora refinada, ora terna, ora ácida, e um personagem complexo, que apaga as pegadas para que ninguém adivinhe o que guarda na toca: um amor extremado às letras e às artes, sem as nódoas de classe e de esnobismo que mancham o perfil dos seus muitos patrões.

E ainda há Paloma, a caçula da família Josse. O pai é um figurão da política, a mãe dondoca tem doutorado em letras, a irmã mais velha jura que é filósofa, mas Paloma conhece bem demais o verso e o reverso da vida familiar para engolir a história oficial. Tanto que se impõe um desafio terrível: ou descobre algum sentido para a vida, ou comete suicídio (seguido de incêndio) no seu aniversário de treze anos. Enquanto a data não chega, mantém duas séries de anotações pessoais e filosóficas: os Pensamentos profundos e o Diário do movimento do mundo, crônicas de suas experiências íntimas e também da vida no prédio. As vozes da garota e da zeladora, primeiro paralelas, depois entrelaçadas, vão desenhando uma espiral em que se misturam argumentos filosóficos, instantes de revelação estética, birras de classe e maldades adolescentes, poemas orientais e filmes blockbuster. As duas filósofas, Renée e Paloma, estão inteiramente entregues a esse ímpeto satírico e devastador, quando chega de mudança o bem-humorado Kakuro Ozu, senhor japonês com nome de cineasta que, sem alarde, saberá salvá-las tanto da mediocridade geral como dos próprios espinhos. 







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